Encefalite do Cão Pug

 

Encefalite do Cão Pug (PDE - "Pug Dog Encephalitis") é um tipo de inflamação no cérebro, mais específicamente uma meningoencefalite necrosante, que afeta principalmente pugs adolescentes e adultos jovens. Acredita-se ser uma condição genética, sendo de ocorrência mais comum quando há cruzamento de cães consanguíneos, com grau de parentesco próximo. É uma doença com evolução rápida, para o qual não há cura e cuja origem permanece desconhecida.

 

 

Apesar de distúrbios infecciosos serem reconhecidamente causadores de encefalite, essa aparentemente não é a causa do PDE. Estudos recentes sugerem que uma resposta anormal do sistema imunológico pode desempenhar um papel no desenvolvimento do transtorno.

 

A doença é limitada a pugs sendo as fêmeas ligeiramente mais suscetíveis e embora já tenha sido relatada em pugs de meia-idade, a maioria dos pugs afetados estão na faixa compreendida entre 6 meses e 3 anos de idade.

 

A PDE é invariavelmente fatal. Todos os cães morrem ou são eutanasiados alguns meses após o início dos sinais clínicos.

 

Os animais afetados apresentam sinais clínicos de alterações patológicas no cérebro e o sistema nervoso. 

 

Sinais

 

- Apreensões

São o principal sintoma da PDE, no entanto, é de vital importância para compreender e lembrar que a atividade de apreensão não indica necessariamente que o Pug apresenta PDE.

Também podem sofrer ataques de epilepsia quando expostos a produtos químicos tóxicos ou gases, por razões desconhecidas e inexplicáveis.

 

- Andar em círculos

Antes ou entre as crises é um sinal bastante comum. O movimento de andar em círculos é repetido por período prolongado.

 

- Pressionar a cabeça contra a parede ou móveis

Ocorre frequentemente e por períodos prolongados.

 

- Ataxia

Letargia e perda de coordenação muscular são sinais comuns, mas nenhum desses indica definitivamente que a PDE está presente. 

 

- Cegueira aparente

 

- Dor de garganta

 

 

Diagnóstico

 

Para o diagnóstico ou exclusão da PDE é necessário:

 

  •  A história completa e exame físico, incluindo uma análise completa do sistema neurológico.

 
  •  A punção lombar - procedimento no qual uma pequena amostra do líquido que banha o cérebro e a medula espinhal são obtidas e analisadas.

 
  •  Imagem por Ressonância Magnética (RM) - exame diagnóstico que permite a visualização das estruturas neurológicas. Exige equipamento especializado, disponível normalmente apenas em centros de referência e universidades.

 
  •  Análise de tecidos post-mortem - em que uma amostra de tecido do cérebro é examinado após o cão morrer ou for sacrificado, é necessário fazer um diagnóstico definitivo

Tratamento
 

Apesar de a PDE ser invariavelmente fatal, o tratamento pode controlar os sinais clínicos por um breve período de tempo. O tratamento pode incluir:

 
  • Os anticonvulsivantes, como fenobarbital, podem ajudar a controlar crises convulsivas, o sinal clínico mais comum da PDE.

     
  • Os corticosteróides são fármacos anti-inflamatórios, e podem ajudar a reduzir a inflamação cerebral associada à doença.

     
  • Os remédios homeopáticos, como o japonês Kampo (um produto vegetal) foram tentados.

 

Cuidados e Prevenção

 

Administrar todos os medicamentos prescritos caso tenha sido realizado o diagnóstico.

 

Como a doença parece ser genética, não existem medidas preventivas. Os cães afetados não devem ser colocados em cria.

 
 
Classificação
 
Progressão Lenta: apresenta atividade de apreensão e, por vezes, outros sintomas anteriores à atividade consulsiva. A crise dura segundos ou minutos, se repetindo após dias ou semanas. Entre os ataques o Pug não haverá nenhuma característica associada à PDE
 
Progressão Rápida: apresenta atividade de apreensão bastante frequente e haverá sinais associados à PDE no período entre crises, tais como depressão, confusão, desorientação, falta de coordenação muscular e dificuldade para caminhar.
 
Independentemente da classificação, o resultado final é o mesmo, a PDE acabará por matar o Pug. Acredita-se o diagnóstico tenha sido incorreto nos relatos de Pùgs que sobreviveram a PDE
 
Morte Súbita 
 
A PDE mata em período rápido ou leva o proprietário a concordar com a eutanásia, restando pouco tempo para realização de exames que poderiam, eventualmente, ajudar a se descobrir mais sobre a doença. Autorizar a realização de autópsias e doar de tecidos para a investigação veterinária ajuda a avançar sobre o tema. No entanto, a velocidade em que a PDE resulta em morte, faz com que o entendimento da doença se torne difícil.
 
Como a patologia não acomete todas as raças caninas, a pesquisa sobre o assunto se torna restrita. Porém, a crescente popularidade dos Pugs tem aumentado os estudos na área, tendo em vista que concomitantemente também resultou em um aumento da frequencia da PDE.
 
Respeite os direitos autorais: se reproduzir, cite a fonte.

 

 

CRÉDITOS
.: Ana Paula de Farias Rocha
  Graduanda em Medicina Veterinária
  Difundidora dedicada
    exclusivamente à Raça Pug 

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